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Governo de Itália proibe número na camisola dos jogadores

Governo de Itália proibe número na camisola dos jogadores LaPresse / Icon Sport

O governo de Itália e o futebol, mais concretamente os campeonatos internos, como a Série A, uniram-se para terminar com as ligações do número já usado por grandes estrelas na camisola dos jogadores, tudo por uma ligação ao nazismo.

Itália com medidas extremas contra o antissemitismo

As intenções são claras e o número em questão devem desaparecer em breve nas camisolas na Série A, pois o governo já declarou os seus interesses junto dos dirigentes do futebol italiano. Infelizmente estas notícias surgem perante a existência de várias ocorrências no futebol italiano. Assim sendo, o objetivo destas medidas é combater de forma clara e objetiva a simbologia do nazismo, estando assim em cima da mesa a proibição do número 88 de todas as camisolas.

O motivo por trás de desaparecer um número tão famoso

Olhando para um passado próximo, são vários os jogadores que estão associados ao número 88 que será retirado, como Buffon. Todavia, a política italiana está firme no combate ao antissemitismo e a proibição será clara. Embora esta medida fosse apresentada em 2022, a mesma acabou por não ser implementada, mas espera-se um fim para a próxima época desportiva, 2023/2024.

O motivo por trás de terminar de vez a história do 88 nas camisolas não se deve a algum jogador estar associado ao nazismo, muito pelo contrário, mas sim por ser um número que era e é usado por grupos neonazistas, representando a simbologia “Heil Hitler“, traduzindo-se em “Salve Hitler”, uma saudação existente.

De olho na ordem alfabética

A associação ao número 88 está ligada ao alfabeto, onde a letra H é a oitava letra do alfabeto, tornando-se assim o número 88 associado a “HH”, como já citado, “Heil Hitler“. Este número é utilizado por adeptos fascistas, ocorrendo mesmo a presença de vários adeptos em Itália com o nome “Hitlerson”, ou seja, filho de Hitler.

Outras medidas em cima da mesa para combater o nazismo

Além de serem retirados todos os 88 das camisolas na Série A, Matteo Piantedosi e os restantes dirigentes foram mais à frente e os adeptos terão problemas na utilização de símbolos nazistas dentro dos estádios. Assim sendo, será incorporado uma definição internacional de referências antissemitas no código de ética dos clubes e, com isso, existirão as seguintes medidas:

  • Procedimentos internos para interromper partidas em casos de episódios associados à discriminação;
  • Proibição de adeptos com símbolos associados ao nazismo;
  • Responsabilidade no controlo de linguagem não discriminatória em todas as manifestações públicas.

O Governo espera que as medidas sejam suficientes e que sejam levadas em conta nas próximas temporadas, em prol de controlar os problemas existentes neste âmbito na Série A.

Um passado associado ao número 88

Foram até à data vários os jogadores que utilizaram a camisola 88 ao longo da Série A, existindo mesmo nomes no lote de melhores do mundo no futebol. Na passada temporada apenas Pasalic do Atalanta e Basic, da Lazio. No primeiro caso, foi a primeira época que o jogador utilizou este número, mas Basic já tinha o 88 nas costas desde 2021.

Todavia, a verdade é que existe um passado forte no número 88, que nunca será esquecido, mas nunca associado ao nazismo. Um dos nomes mais recentes passou pela equipa do Sporting CP e Roma, estando assim a falar de Seydou Doumbia, um jogador que em diversos anos utilizou este número nas suas costas, como foi o caso quando passou por Portugal.

Outros casos conhecidos foram de:

  • Mateusz Praszelik – Vestiu a camisola 8 na sua passagem pelo Verona em 2021/2022;
  • Marco Borrielo – A camisola 88 foi utilizada quando representou a Roma em 2013/2014;
  • Hernanes – O brasileiro representou por 3 épocas (entre 2013 e 2016) a equipa do Inter de Milão, tendo vestido sempre a 88 por a sua camisola favorita, a número 8, estar ocupada;
  • Gianluigi Buffon – Um dos melhores guarda-redes do mundo de sempre vestiu a camisola 88 quando jogou pelo Parma. Porém, perante imensas polémicas, o guardião abandonou e ergueu a número 1.

Foto: © Icon Sport / LaPresse