O verniz estalou entre Acuña e a cúpula do futebol do Sporting. O internacional argentino recusou ir a jogo esta noite contra o V. Setúbal, apurou O JOGO, arriscando agora um processo disciplinar. Acuña não foi convocado para o desafio contra os sadinos, segundo fonte oficial do Sporting, devido a uma “mialgia na coxa direita”, como “medida preventiva”. No entanto, as averiguações do nosso jornal levaram a uma explicação diferente: Acuña está farto de promessas não cumpridas – entre elas a melhoria do contrato – e a recente nega à saída para o Inter de Milão deixou-o furioso, “explodindo” após o treino de quarta-feira numa conversa que manteve com o diretor desportivo Hugo Viana, na qual vincou a recusa em jogar. A relação está muito deteriorada e só nos próximos dias se perceberá se chegou a um ponto de rutura total e de não retorno, o que significaria que argentino teria vestido diante do FC Porto, pela última vez, a camisola verde e branca.
O titular da ala esquerda da seleção da Argentina está cansado de promessas em vão dos leões quanto à saída e à melhoria salarial, já abordada pelos responsáveis do clube, mas nunca concretizada.
A recusa da proposta do Inter de Milão (empréstimo com opção de compra de 10 milhões de euros), depois da feita no passado ao Zenit (16 M€ mais 4 M€ por objetivos), além dos interesses não consumados de Villarreal e Nápoles após ouvirem as exigências leoninas (o Sporting só vende por 20 M€), deixaram o jogador furioso. Aos 28 anos e na terceira época de verde e branco, Acuña não quer deixar passar oportunidades para dar um salto na carreira para ligas mais competitivas e melhorar a sua situação financeira, mesmo tendo renovado até 2023 (cláusula de 60 M€) já com a Direção de Frederico Varandas. Custou 9,6 M€ em 2017 e não aceita que lhe cortem as pernas após dar sempre tudo pelo clube.
O temperamento do camisola 9, neste caso dentro de campo, já tinha merecido reparos do técnico Jorge Silas: “É um jogador que vive muito o jogo. Tem que se controlar e pode melhorar essa parte, porque por vezes acaba por cometer alguns excessos e pode prejudicar a equipa. Já não é um miúdo. Ele tem que repensar e evitar estas situações.” Dias depois, Silas reiterou a ideia: “Não temos de perdoar por nada. Para o bem dele tem de agir superiormente, gerir as emoções. Não tenho de falar com ele, ele tem 28 anos, percebe que se prejudica a ele, a nós e à sua seleção, onde é importante.”
Fonte: O Jogo